Muitas vezes a criança demora a comer simplesmente por não ter fome. A criança a partir dos dois anos até aproximadamente aos seis anos se encontra em uma fase que é caracterizada por um ganho menor de peso e de crescimento estatural em relação aos dois primeiros anos de vida. Devido a isso, as necessidades nutricionais e o apetite diminuem, o que faz com que os pais fiquem preocupados e interpretem tal fenômeno como problema fisiológico.
É importante ficar atento não só a quantidade, mas principalmente a qualidade dos alimentos que atenderão às necessidades nutricionais da criança. Limitar o consumo de alimentos com excesso de gordura, sal e açúcar, assim como o consumo de alimentos a base de soja, pela oferta excessiva de proteínas, fitoestrógenos e açúcares. Estimular o consumo de alimentos ricos em ferro e zinco (carnes magras, gérmen de trigo, grãos integrais, castanhas, cereais, legumes e tubérculos), cálcio (lácteos, vegetais de cor verde-escura, frutas e peixes), vitamina A (legumes amarelo-alaranjados, carnes, ovos).
Respeitar o apetite da criança que é variável e irá depender de vários fatores como idade, atividade física, condição física e psíquica, refeição anterior e temperatura ambiente. Existe, ainda nesta faixa etária, a preferência pelo sabor doce, que é inato no ser humano, e o dos demais sabores precisam ser “aprendidos”. Não devem ser encorajados comportamentos tipo recompensa ou castigo, para forçar a criança a comer, pois na maioria das vezes esta recusa pode ser reforçada.
Os pais devem estabelecer horários para que as refeições e os lanches sejam servidos, adotando uma rotina alimentar e evitando os “beliscos”, com intervalos de duas a três horas, suficientes para que a criança sinta fome e também estimular que as refeições principais sejam realizadas à mesa, de preferência com outros membros da família; não se pode esquecer de que comer não é somente um ato nutritivo, mas é regido também pelas emoções. Com paciência e cercada por carinho, atenção e tranquilidade, mesmo a criança mais desinteressada no alimento ficará mais disposta a experimentar a comida que seus companheiros de mesa estão comendo.
E o principal: não se pode esquecer de que comer não é somente um ato nutritivo, mas um ato social, regido também pelas emoções. Comer é um ato familiar e de grupo. É na companhia do alimento que compartilhamos histórias, confidências, risos com nossos amigos e parentes. Tentar separar a alimentação do prazer do convívio social é um engano! Cercada por carinho, atenção e tranquilidade, aposto que mesmo a criança mais desinteressada no alimento ficará mais disposta a experimentar a comida que seus companheiros de mesa estão comendo.
Gut bacteria, microbiome. Magnification of bacteria inside the intestines, concept, representation. 3D illustration. Gut bacteria, microbiome. Magnification of bacteria inside the intestines, concept, representation. 3D illustration.